O projecto 7 Maravilhas de Cabo Verde, lançado em Fevereiro de 2012 pela Rede de Parlamentares para o Ambiente, Luta contra a Desertificação e Pobreza (RPALCDP). O objectivo era claro: “Conhecer, Valorizar e Preservar o património natural territorial de Cabo Verde e pô-lo ao serviço de um desenvolvimento sustentável”.
Nesse âmbito, o primeiro passo foi a identificação do património, tendo sido inventariados 318 monumentos nacionais, agrupados em sete categorias. Os resultados finais desta etapa foram apresentados esta quarta-feira pela Comissão do Projecto 7 Maravilhas de Cabo Verde, uma entidade composta por dois deputados e vários representantes de diferentes sectores da sociedade civil cabo-verdiana.
Agora, após a conclusão desta fase de levantamento e caracterização do património é tempo de balanço e de pensar a próxima etapa.
2.ª Fase exige mais recursos
“Já temos 318 patrimónios identificados e queremos que esses patrimónios passem a constar de um documento trabalhado do ponto de vista ilustrativo e do ponto de vista técnico-cultural”, avançou ontem, a presidente da RPALCDP, Eunice Silva, que lidera também a Comissão do Projecto.
“Na primeira fase, fizemos a identificação dos sítios. Agora temos de trabalhá-los e preservá-los do ponto de vista cultural, científico e da sua localização geográfica".
O desígnio é produzir um Catálogo Nacional do Património Natural Territorial de Cabo Verde que “sirva à sociedade, aos operadores económicos, às famílias para mostrar não só aquilo que é Cabo Verde como também para se fazer uso desse património para promover Cabo Verde.”
Nesta segunda fase, que inclui também campanhas de divulgação sensibilização, pretende-se ainda levar a cabo uma experiencia-piloto, concentrada numa ilha, que resultará na produção do respectivo catálogo do património natural e cultural assim como na de elaboração de uma carta turística.
O orçamento exigido nesta 2.ª fase ascende aos 37 mil contos, um valor que será dividido por diferentes publicações e acções.
“O nosso orçamento está parcelado. Qualquer parceiro que queira colaborar pode ir ao orçamento e pode escolher um dos 12 itens que temos: ou o catálogo, ou o levantamento topográfico, ou análise científica, ou a carta”, explicou Eunice Silva.
A deputada lamentou que a maior parte dos apoios manifestados ao projecto 7 Maravilhas tenham ficado, até hoje, por “boas intenções que não se traduziram na prática”. Por exemplo, dos 17 mil contos necessários para a 1.ª Fase apenas foram arrecadados dois mil, e foi graças à determinação da Comissão e colaboração dos municípios e da população que essa etapa pode ser concluída.
Em termos de prazos, se a 1.ª fase do projecto cumpriu a agenda estipulada, essa tarefa advinha-se mais difícil agora.
“ A 2.ª fase é de ano e meio porque a legislatura está no fim, mas já perdemos quase meio ano. Então temos que acelerar o prazo. E como disse para a 2.ª fase tem de haver recursos”, adiantou, acrescentando que o grande objectivo é que o Catálogo seja publicado em Outubro de 2015.
Este documento será, no entender de Eunice Silva “uma produção que vai servir a sociedade e que vai ser um instrumento útil para o país e seu desenvolvimento”.
7 Maravilhas
Monte Cara (São Vicente); Vulcão (Fogo), Carbeirinho (São Nicolau); Salinas de Pedra de Lume (Sal) Praia de Santa Maria (Sal); Deserto de Viana (Boa Vista) e o Parque Natural de Monte Gordo (São Nicolau), foram os patrimónios naturais que venceram o concurso 7 Maravilhas de Cabo Verde, numa Gala que teve lugar em Dezembro de 2013.
Foram escolhidos entre 57 locais pré-seleccionados, entre os 318 patrimónios identificados no levantamento realizado no âmbito da primeira fase do projecto.
Desse total de monumentos naturais, 125 ficam situados na ilha de Santiago. Segue-se a ilha do Maio “a grande surpresa” , de acordo com Eunice Silva, com 35. Depois Santo Antão, com 28), São Nicolau e Boa Vista com 27, São Vicente com 20 e Brava e Fogo com 19.
Em termos de Categorias foram, por exemplo, “descobertas” 73 praias, incluindo 8 de grande extensão na Boa Vista e 19 mais pequenas no Maio.
De acordo com a organização “o inventário apurado pode ainda ser complementado com a identificação de novos patrimónios não inventariados na 1ª fase, requerendo, para isso, a colaboração de todos os cidadãos."
Fonte: www.expressodasilhas.sapo.cv