- Democracia e Cidadania
-
- Enquadramento
- Constituição da República
- Símbolos da Nação
- Estado e Promoção da Cidadania
- Declaração dos Direitos Humanos
- Projecto Cidadania 1 Minuto
- Guia do Cidadão Eleitor
- Cartilha da Criança Cidadã
- Filmes "Cidadania em 1 Minuto"
- Fórum Cidadania e Cultura da Paz
- Relatório "Cidadania em 1 Minuto"
- Filmes "Cidadania em 1 Minuto"
- Reforma do Sistema Político
- Gestão do Território
- Descentralização
- Justiça
- Segurança
- Transparência
-
- Estratégias
-
- Enquadramento
- Prog. Gov Legisl. 2006-2011
- Prog. Gov.VIII Legisl. 2011-2016
- Mudar para Competir
- Grandes Opções Plano 2002-2005
- Agenda da Reforma do Estado
- Crescim. e Redução da Pobreza II
- Concept paper Parc. Especial UE
- Parc. Especial CV-União Europeia
- Quadro Estr. Parc. Especial CV-UE
- Projeto Improving Business
- Adesão à OMC
- PLPR Perspectivas IIIº Fase
- Plano de Acção Nac.M. Ambiente
- Estado da Nação 2008
- Estratégia de Protecção Social
- Estudo Mercado de Emprego
- Política Energética
- Política Nacional de Saúde
- Agência Desenv. Emp. e inovação
- Plano Estratégico da Justiça
- Relatório OE 2012
-
A UCRE homenagea o saudoso Arnaldo França
Arnaldo Carlos de Vasconcelos França nasceu na cidade da Praia, Cabo Verde, em 1925. Graduado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Técnica de Lisboa.
TESTAMENTO PARA O DIA CLARO
Quando do fundo da noite vier o eco da última palavra submissa
E a patina do tempo cobrir a moldura do herói derradeiro,
Quando o fumo do último ovo de cianeto
Se dissipar na atmosfera de gases rarefeitos
E a chama da vela da esperança
Se acender em sol na madrugada do novo dia
Quando só restar na franja da memória
Lapidada pelo buril dos tempos ácidos
A estria da amargura inconseqüente
E a palavra da boca dos profetas
Não ricochetear no muro do concreto
Da negrura sem fundo de um poço submerso
Sejais vós ao menos infância renovada da minha vida
A colher uma a uma as pétalas dispersas
Da grinalda dos sonhos interditos.
A CONQUISTA DA POESIA
Era um castelo erguido na montanha da paisagem deserta submarina
tinha muros altamente inacessíveisao salto imaginário do meu pensamentoMinha musa você diga-me onde mora a poesia
quero ir deitar-me com ela
quero amá-la toda a noiteFiquei parado à porta do castelo
os muros tolhiam meus passos
mas de dentro vinhas gritos de alegria
de meninos correndo numa cercaMinha musa você conte-me
a história da bela adormecida
que quando eu era menino
Manhanha gostava de me contarNo alto do castelo tinha um vulto
tinha uma mulher vestida de vermelho
lembrando-me todas as princesas encantadas
dos sonhos inocentes de minha infância
[ SONETO ]
Ouviu-te a voz longínqua sobre os mares
A quilha da ameaça que os cortava
E os homens que te ergueram seus olhares
Descem a mão que a arma empunhava.Sobre os campos da terra e sobre os rios,
Sobre o verde das ervas, sobre as fontes
Pairam sinistras luas e sombrios
Sóis projetam a sombra sobre os montes.Mas no horizonte lívido do dia
Recuam quando passa a nuvem fria
Os pássaros metálicos da morte.E na amplidão da luz que resplandece
É de ti que surgiu a mão que tece
A esperança nova à humana sorte.
SONETO INGLÊS
Quando descer tranqüila e em descanso
Sobre meu peito e meus olhos fechar,
Saiba a Noite que errou em seu balanço
De quem nunca cuidava de a esperar.
Como um rio de margens apertadas
Sem quedas ou saliências de protesto,
Foram lentas as águas renovadas
Na calma sucessão de cada gesto.
Sonhos de eternidade, sonhos vãos
P´ra quem não mereceu deixar memória,
Que o gesso esboroou em suas mãos
De um modelo sem rosto e sem história.
Dormir. E o sono se retarde em anos
E esqueça de cobrar meus desenganos.
Publicada em agosto de 2008.