- Democracia e Cidadania
-
- Enquadramento
- Constituição da República
- Símbolos da Nação
- Estado e Promoção da Cidadania
- Declaração dos Direitos Humanos
- Projecto Cidadania 1 Minuto
- Guia do Cidadão Eleitor
- Cartilha da Criança Cidadã
- Filmes "Cidadania em 1 Minuto"
- Fórum Cidadania e Cultura da Paz
- Relatório "Cidadania em 1 Minuto"
- Filmes "Cidadania em 1 Minuto"
- Reforma do Sistema Político
- Gestão do Território
- Descentralização
- Justiça
- Segurança
- Transparência
-
- Estratégias
-
- Enquadramento
- Prog. Gov Legisl. 2006-2011
- Prog. Gov.VIII Legisl. 2011-2016
- Mudar para Competir
- Grandes Opções Plano 2002-2005
- Agenda da Reforma do Estado
- Crescim. e Redução da Pobreza II
- Concept paper Parc. Especial UE
- Parc. Especial CV-União Europeia
- Quadro Estr. Parc. Especial CV-UE
- Projeto Improving Business
- Adesão à OMC
- PLPR Perspectivas IIIº Fase
- Plano de Acção Nac.M. Ambiente
- Estado da Nação 2008
- Estratégia de Protecção Social
- Estudo Mercado de Emprego
- Política Energética
- Política Nacional de Saúde
- Agência Desenv. Emp. e inovação
- Plano Estratégico da Justiça
- Relatório OE 2012
-
Margarida Évora - NOSI é o maior catalisador e promotor da sociedade da informação
O NOSI é sem sombra de dúvidas o maior catalisador e promotor da sociedade da informação em Cabo Verde e está a permitir melhoramentos sem precedentes ao acesso do conhecimento à informação, à educação, à saúde, à cultura, entre outras áreas.
A afirmação é da engenheira em telecomunicações Margarida Évora, em declarações à Inforpress para enumerar os avanços que o sector das telecomunicações conquistou nos 40 anos da independência de Cabo Verde.
“A grande riqueza de Cabo Verde é o homem cabo-verdiano e o seu próprio país com um clima invejável e o seu mar. Cabo Verde tem tudo para se transformar em “ilhas inteligentes” como Malta, Singapura e outros países pequenos que, muito cedo, apostaram no acesso massificado da população à educação e às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como suporte para o desenvolvimento da sua economia”, considerou a engenheira.
De acordo com Margarida Évora, Cabo Verde precisa apanhar o comboio perdido, ao se entregar a gestão das telecomunicações do país à Portugal Telecom, “empresa que não trouxe nenhuma mais-valia ao sector. Pelo contrário, bloqueou a tendência ascendente que as telecomunicações conseguiram ganhar nos anos de 1980”.
Na minha opinião, sublinhou, deve-se concentrar e não duplicar investimentos em infra-estruturas de suporte dos diversos serviços, as utilizando e reutilizando da melhor forma possível, em benefício de todos e implementando, gradual mas seguramente, as tantas recomendações, resoluções, leis e decretos-leis, planos e estratégias adoptados pelos Governos e que apontam para a divulgação, a formação e a utilização das TIC em todos os sectores de desenvolvimento do país.
O Governo de Cabo Verde cedo reconheceu o potencial das telecomunicações no processo de desenvolvimento do país, tendo definido planos e estratégias para melhor aproveitar os avanços das tecnologias em todos os sectores do país.
Assim, por exemplo, em 1997, logo após a instalação da Internet em Cabo Verde, todos os ministérios foram conectados tendo a Internet permitido que a função pública desse um salto de qualidade, passando a estar conectada entre si e com o mundo.
Com o apoio do NOSI (Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação) criou-se bases de dados que permitem o acesso rápido da população às informações de carácter administrativo, quer nos próprios serviços como através da Casa do Cidadão ou através ainda de ligações personalizadas via Internet.
Todos os municípios foram ligados à Internet, as universidades e a maior parte das escolas também foram ligadas à Internet, o que facilita grandemente o acesso à informação de toda a espécie.
A telemedicina deu os seus primeiros passos em 2000 e hoje se pode dizer que os hospitais das cidades da Praia e do Mindelo podem fazer o uso da telemedicina, embora careça de algum aperfeiçoamento.
Margarida Évora considera, por outro lado, que a convergência das telecomunicações a nível mundial levou o grupo CVTelecom a adaptar os sistemas de informação do seu core business e concentrando maioritariamente o escoamento do tráfego de e para Cabo Verde via o “hub” de Portugal Telecom em Lisboa.
Tal medida de gestão, segundo disse, “limitou a independência das telecomunicações do arquipélago, conquistada ainda nos primeiros anos da independência”.
Antes da privatização da CVTelecom, explica, o país já dispunha de uma rede de telefonia móvel tendo-se continuado as ampliações da rede móvel por todo o país após a decisão do Governo, em pôr termo, em 2005, ao exclusivo da exploração das telecomunicações do país, conferido pelo contrato de concessão.
Com efeito, a publicação do Decreto Legislativo 7/2005 veio permitir a abertura do sector à concorrência e, com isso, um salto qualitativo no acesso da população à informação. A partir dessa data, condições foram criadas para o salto quantitativo do telefone móvel, lembrou.
Nessa altura se separou a rede móvel da CVTelecom para se criar a CVmovel e uma nova licença foi atribuída a outra operadora de serviços de telefonia móvel, a T+ (hoje UNITEL T+).
Na mesma altura foi criada a CVMultimédia que ficou com a gestão da Internet e da Televisão via cabo.
No momento em que se atribuiu a licença de serviço móvel a T+ o então presidente da CVTelecom teria afirmado que a pequenez da população do arquipélago não justificava uma segunda licença, e que em Cabo Verde nunca se atingiria mais de 90 000 clientes no serviço de telefonia móvel. Hoje a estatística da ANAC (Agência Nacional de Comunicações) aponta para mais de 400 000 clientes do serviço móvel, frisou, manifestando a sua satisfação por este grande salto.
Segundo explicou, a Internet foi implementada desde 1996 e em 1997 a CVTelecom tinha 200 clientes com acesso à essa rede. A estatística publicada pela ANAC indica que em 2014, 35% da população já tinha acesso à esta nova tecnologia.
Entretanto, sublinha que a população ainda não tem um acesso massificado à Internet, mas pode-se afirmar que a juventude, de uma maneira geral, esta conectada através do telefone móvel ou nas praças públicas ou então utilizando a Internet nos cibercafés.
Também o sector bancário, os medias, a agricultura, a cultura e a população em geral têm vindo a beneficiar altamente com os avanços registados no sector das telecomunicações em Cabo Verde, refere.
Contudo, sublinha que apesar desses avanços tecnológicos terem permitido dotar o país de uma excelente rede de telecomunicações, se constata ainda que os preços praticados pela incumbente, a CVTelecom, dificultaram e continuam a dificultar o acesso massificado da população a essas novas tecnologias, e em particular à Internet.
“As tarifas do serviço móvel ainda são bastante caras para a maior parte da população”, afirma.
Não obstante, reconhece que o Governo tem vindo a consentir investimentos importantes no quadro do NOSI “o que tem facilitado o acesso à Internet, oferecendo-o gratuitamente em espaços públicos”, mas defende que, se se não baixar as tarifas das comunicações electrónicas e em particular as da Internet, isso não incentiva a sua utilização por parte das pessoas detentoras de fracos recursos financeiros, “o que inviabiliza o desenvolvimento e investimentos na maioria dos sectores da economia, enfraquecendo extraordinariamente a competitividade do país”, disse.
Mesmo assim, sublinha que as tecnologias actuais fizeram o mundo ficar a escassos passos de tudo e de todos.
“Com apenas uma ligação na Internet ou num computador se cria uma empresa. Até apenas com um telefone móvel se pode fazer negócio. É só ver as nossas empreendedoras nos mercados de verdura e peixe, como utilizam o telemóvel…”, concluiu.
Fonte :Inforpress